Negociações bem-sucedidas, acordos comerciais e impactos do conflito no Oriente Médio são os principais destaques do nosso Mix de Notícias da semana 17. Leia o nosso informativo na íntegra e fique por dentro:
01 – Brasil amplia exportações de subprodutos de origem animal para a Coreia do Sul
O Brasil celebra mais um marco no setor agrícola com a recente abertura do mercado sul-coreano para suas exportações de subprodutos de origem animal. Especificamente, farinhas e gorduras de aves destinadas à alimentação animal agora têm acesso ao mercado sul-coreano, fortalecendo ainda mais a presença global do agronegócio brasileiro.
A conclusão bem-sucedida das negociações sobre o Certificado Sanitário Internacional (CSI) possibilita agora que estabelecimentos brasileiros sejam autorizados a exportar esses produtos para a Coreia do Sul. De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), essa abertura atende a uma demanda tanto da Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA) e suas empresas associadas quanto de importadores sul-coreanos.
A expectativa é que essa abertura de mercado impulsione a indústria de rações na Coreia do Sul, em resposta ao crescente número de animais domésticos na Ásia. Em 2023, a Coreia do Sul já se destacava como o oitavo destino para os produtos agrícolas brasileiros, totalizando US$ 3,37 bilhões em exportações. Com essa nova oportunidade, o agronegócio brasileiro registra sua 105ª expansão comercial em 50 países desde o ano anterior, consolidando sua posição como um player significativo no mercado global.
02 – Brasil e Colômbia discutem acordo comercial para exportação de produtos à base de cannabis medicinal
Na última terça-feira, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma visita oficial à Colômbia, onde questões comerciais estiveram em destaque. Um dos temas abordados foi um possível acordo para exportação de produtos à base de cannabis medicinal para o Brasil, conforme reportagem do Estadão.
A Colômbia, reconhecida como um polo tecnológico na produção de cannabis para fins medicinais desde 2016, busca expandir seu mercado para o Brasil, listado como um dos principais destinos para seus produtos. Estima-se que os produtos colombianos tenham potencial para alcançar US$ 123 milhões no mercado brasileiro até 2025, segundo dados do Observatório Colombiano da Indústria de Cannabis.
O Brasil, por sua vez, é um mercado promissor para produtos à base de cannabis medicinal, com cerca de 3,4 milhões de pacientes potenciais. Em 2022, aproximadamente 14% das exportações de 13 empresas colombianas foram absorvidas pelo Brasil, destacando-o como um dos principais mercados potenciais na América Latina.
O uso de produtos à base de cannabis para tratamento médico é permitido no Brasil desde 2015, seguido pela legalização da comercialização em 2019. Contudo, tanto o uso pessoal quanto a comercialização desses produtos requerem importação, e existem regras estritas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), incluindo a proibição de uso de nomes comerciais e publicidade, além da necessidade de prescrição médica para aquisição.
Um possível acordo comercial entre Brasil e Colômbia poderia facilitar o acesso a esses produtos para os pacientes brasileiros, reduzindo a burocracia e os custos associados à importação. Além disso, uma cooperação mais estreita entre os dois países poderia impulsionar a indústria de cannabis medicinal no Brasil, possibilitando uma produção mais acessível e ampliando as opções terapêuticas disponíveis.
No entanto, é importante ressaltar que qualquer avanço nesse sentido deve ser acompanhado por esforços educativos sobre a cannabis medicinal, visando garantir o uso responsável e seguro desses produtos. A regulação adequada é essencial para proteger a saúde pública e garantir que os pacientes tenham acesso a tratamentos eficazes e de qualidade.
03 – Impacto do conflito no Oriente Médio nas exportações agrícolas brasileiras
Com a escalada do conflito no Oriente Médio, surgem preocupações sobre o impacto nas exportações agrícolas brasileiras, especialmente em relação aos parceiros comerciais na região, como Irã e Israel.
As exportações do Brasil para o Irã em 2023 totalizaram US$ 2,3 bilhões, enquanto para Israel foram US$ 662 milhões. Embora esses números representem uma parcela menor do comércio exterior brasileiro em comparação com outros países, tanto o Irã quanto Israel desempenham papéis estratégicos em setores específicos.
O Irã é um dos principais compradores de produtos agrícolas brasileiros, especialmente milho e soja. Em 2023, as exportações de milho para o Irã atingiram US$ 829 milhões, representando 36% do total exportado pelo Brasil. Além disso, o país importa ureia, um fertilizante essencial para a agricultura brasileira, representando 15% do total utilizado no país.
Já Israel, embora tenha uma relação comercial menor em termos de valores, é um importante fornecedor de fertilizantes fosfatados para o Brasil. Esses fertilizantes são utilizados em diversas culturas agrícolas, como milho, soja e trigo.
Apesar das tensões na região, o impacto direto nas exportações brasileiras para esses países pode ser limitado, considerando que o Irã já enfrenta sanções comerciais e que Israel possui alternativas de fornecedores de fertilizantes. No entanto, estrategicamente, o Brasil poderia perder acesso a um mercado importante para o milho e a um fornecedor essencial de fertilizantes, caso a situação se agrave.
O acompanhamento cuidadoso da situação no Oriente Médio é essencial para entender e mitigar os possíveis impactos nas exportações agrícolas brasileiras, garantindo a continuidade e a estabilidade do comércio exterior do país.