1 – Indústria Naval e Armadores pedem por proteção à ONU
As autoridades iranianas recentemente divulgaram informações sobre a carga de um navio de bandeira portuguesa, mas de propriedade de um empresário israelense, apreendido no dia 15 deste mês. De acordo com a agência de notícias oficial estatal Mehr, a polícia iraniana alegou que o navio transportava mais de 22 toneladas métricas de nitrato de potássio, um produto químico utilizado como fertilizante em projetos agrícolas, para clientes no Uzbequistão.
O General iraniano Reza Baniasadifar afirmou que o fertilizante tinha sido fabricado pelo “falso regime sionista” e foi confiscado ao abrigo do Artigo 9 dos Regulamentos de Exportação e Importação do Irã, que proíbe quaisquer negociações comerciais com Israel. O relatório indica que a apreensão ocorreu no porto de Bazargan, localizado na província do Azerbaijão Ocidental.
Essa apreensão reflete um panorama mais amplo de crescentes riscos para navios mercantes e petroleiros na região, conforme os ataques aumentam no Oriente Médio. Empresas proprietárias de navios e grandes armadores têm instado as Nações Unidas a intensificar os esforços para proteger as cadeias de abastecimento.
As tensões têm aumentado na região desde o início da campanha de Israel em Gaza, em outubro, com confrontos repetidos com grupos alinhados e financiados pelo Irã em várias nações, incluindo Líbano, Síria, Iraque e Iêmen. Estes grupos, que agem de acordo com os interesses e estratégias iranianas contra Israel, têm exacerbado a situação.
A recente carta enviada ao secretário-geral da ONU, António Guterres, pelas principais associações mundiais da indústria naval destaca a preocupação com a segurança marítima. A apreensão do navio porta-contentores MSC Aries, em 15 de abril, perto da costa dos Emirados Árabes Unidos, ilustra o contínuo perigo enfrentado pelos marítimos. A carta enfatiza que o transporte marítimo não deve ser politizado e pede uma resposta mais robusta para proteger os marítimos contra possíveis agressões.
Os recentes ataques à navegação mercante no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, perpetrados pelos terroristas Houthis do Iêmen, alinhados com o Irã, também impactaram a cadeia global de transporte marítimo. A presença militar e as patrulhas coordenadas na região são apelos fundamentais para garantir a segurança dos navios e de suas tripulações.
No contexto dessas preocupações, a força-tarefa liderada pelo Almirante brasileiro Antônio Braz continua a patrulhar o Mar Vermelho e o Golfo de Aden, representando um esforço conjunto de vários países para proteger a navegação mercante na área.
Em resumo, as recentes apreensões navais e os crescentes riscos para a navegação mercante no Oriente Médio destacam a urgência de uma resposta coordenada e robusta para proteger as cadeias de abastecimento e garantir a segurança dos marítimos e dos navios que transitam pela região.
2 – Brasil Registra Avanços no Setor Energético em 2023
O Brasil demonstrou um notável crescimento em várias áreas do setor energético durante o ano de 2023, conforme revelado pelo Boletim Mensal de Energia de dezembro, divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) nesta segunda-feira (15/04).
O país alcançou um novo recorde na produção de petróleo, registrando um avanço significativo de quase 12% em relação ao máximo anteriormente alcançado. Além disso, a produção de gás natural superou em 8,6% o recorde de 2022 no acumulado do ano.
A geração de energia elétrica a partir de biomassa também experimentou um aumento notável, com um crescimento de cerca de 9,5% em comparação com o ano anterior. Os dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) indicam que a geração passou de aproximadamente 22 mil GWh em 2022 para mais de 24 mil GWh em 2023.
O Brasil registrou um aumento nas exportações líquidas de energia elétrica para a Argentina e Uruguai, conforme destacado no boletim de dezembro de 2023.
Os dados do boletim revelam uma complementaridade entre as fontes da matriz elétrica brasileira, com um aumento significativo da participação da energia eólica e solar ao longo dos anos. Isso é resultado do contínuo crescimento da capacidade instalada, especialmente na energia solar de geração distribuída (GD).
O Boletim Mensal de Energia também comemora os 30 anos do famoso selo Procel, destacando sua contribuição para a conservação de energia no país. Coordenado pelo MME, o programa já acumulou uma economia impressionante de 215 bilhões de KWh ao longo de sua existência.
3 – Nova Tarifa de Importação para Produtos de Aço no Brasil
A nova tarifa de importação para produtos de aço no Brasil, anunciada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) na terça-feira (23), trouxe mudanças significativas, mas ficou aquém das expectativas da indústria siderúrgica brasileira e dos grandes consumidores desse insumo essencial.
Principais Pontos da Decisão:
Definição de Cotas Máximas: A Camex estabeleceu cotas máximas para importação de aço. Se essas cotas forem ultrapassadas, será aplicada uma tarifa de importação de 25%.
Redução das NCMs: O número de NCMs (Nomenclatura Comum do Mercosul) foi reduzido de 200 para 11. As entidades siderúrgicas haviam solicitado uma redução para 35.
Validade da Medida: A tarifa de importação será válida por 12 meses, com a possibilidade de outras quatro NCMs serem monitoradas e receberem o mesmo tratamento.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que a medida busca atender às demandas da indústria siderúrgica brasileira sem prejudicar as relações comerciais com a China, um dos principais parceiros do Brasil. Alckmin enfatizou que a decisão visa preservar empregos e estimular investimentos no setor, que enfrenta uma ociosidade significativa.
Segundo análises técnicas, a medida não deve ter impacto significativo nos preços ao consumidor ou nos produtos derivados da cadeia produtiva. O governo monitorará o comportamento do mercado durante os 12 meses de vigência da tarifa, com a expectativa de que ela contribua para reduzir a capacidade ociosa da indústria siderúrgica nacional.
A decisão da Camex visa equilibrar as necessidades da indústria siderúrgica brasileira com as preocupações sobre as relações comerciais e a estabilidade do mercado interno. Embora não atenda completamente às demandas de todas as partes envolvidas, representa um esforço para encontrar um meio-termo que beneficie a economia nacional como um todo.