01 – Exportações para os EUA recuam 37,9% em outubro
As exportações brasileiras para os Estados Unidos totalizaram cerca de US$ 2,2 bilhões em outubro, o que representa uma queda de 37,9% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram registrados US$ 3,57 bilhões. Com isso, a participação dos EUA no total exportado pelo Brasil caiu de 12,2% para 6,9%, o menor índice desde 2016.
O recuo é atribuído, em parte, às medidas tarifárias adotadas pelos Estados Unidos — o chamado “tarifaço” — que impactaram segmentos importantes como aço, alumínio e manufaturados. Além disso, a desaceleração da economia norte-americana e a valorização do real frente ao dólar contribuíram para reduzir a competitividade de alguns produtos brasileiros.
Com o encolhimento das vendas aos EUA, outros destinos ganharam espaço na pauta exportadora, como China, Índia e Espanha. O movimento reflete um processo de diversificação natural das exportações brasileiras, que vêm se ajustando às novas dinâmicas do comércio internacional.
Apesar da retração pontual, o desempenho geral das exportações brasileiras segue positivo no acumulado do ano, impulsionado principalmente pelas vendas de commodities agrícolas e minerais, setores que mantêm forte demanda global.
02 – Brasil registra segundo maior superávit comercial para outubro
O Brasil registrou em outubro um superávit de US$ 6,96 bilhões na balança comercial, o segundo maior valor para o mês desde o início da série histórica, em 1989. O resultado foi impulsionado pelo bom desempenho das exportações, que somaram US$ 31,97 bilhões, com alta de 9,1% em relação ao mesmo período de 2024. As importações, por sua vez, totalizaram US$ 25,01 bilhões, uma leve queda de 0,8%.
Entre os setores que mais contribuíram para o resultado estão o agronegócio e a indústria extrativa. As vendas externas de soja cresceram 42,7%, as de café não torrado subiram 16% e as de minério de ferro avançaram 29,5%. O desempenho reflete a demanda aquecida do mercado internacional, especialmente da Ásia, que segue como principal destino das commodities brasileiras.
Embora o saldo positivo seja expressivo, o acumulado do ano até outubro mostra um ritmo mais moderado em comparação a 2024. As exportações cresceram 1,9% no período, enquanto as importações aumentaram 7,1%, o que reduz ligeiramente o superávit total do ano.
O resultado de outubro, contudo, reforça a relevância do setor externo para a economia brasileira, sobretudo em um cenário global de desaceleração econômica. O desempenho exportador tem contribuído para sustentar o equilíbrio das contas externas e garantir fôlego ao crescimento do país.
03 – Norsul consolida liderança em cabotagem com compra da Hidrovias do Brasil
A Norsul concluiu a aquisição da operação de cabotagem da Hidrovias do Brasil, em um movimento que consolida sua posição como líder no transporte marítimo de graneis secos no país. O valor do negócio foi estimado em cerca de R$ 715 milhões, e inclui a frota e as operações voltadas ao atendimento de grandes indústrias, como a refinaria da Alunorte, no Pará.
Com a compra, a Norsul amplia sua presença nas principais rotas da costa brasileira e reforça a tendência de consolidação no setor de cabotagem. A operação representa um passo importante na expansão da infraestrutura logística nacional, ao integrar modais e aumentar a eficiência do transporte de cargas no território.
A movimentação também evidencia o amadurecimento do mercado brasileiro de cabotagem, que vem ganhando relevância como alternativa competitiva ao transporte rodoviário. A busca por soluções sustentáveis e com menor custo de emissão de carbono tem impulsionado o uso desse modal, especialmente em operações de grande escala.
A aquisição marca uma nova fase no segmento, com perspectivas de maior sinergia operacional, ampliação de rotas e fortalecimento da cadeia logística nacional. O crescimento da cabotagem tende a gerar ganhos de eficiência e competitividade, contribuindo para um sistema de transporte mais integrado e sustentável.