Chegamos ao mês de setembro! Para iniciar esse mês, nosso Mix de Notícias está repleto de informações relevantes para a sua semana. Divulgamos em primeira mão novas informações sobre o incidente com o navio CMA CGM BELEM, além de trazer um panorama da situação nos portos brasileiros. Confira:
01 – Atualização sobre o caso do navio CMA CGM BELEM: inspeções e medidas
Nos últimos dias, importantes desenvolvimentos ocorreram em relação ao navio CMA CGM BELEM, que se encontra atracado no porto de Ngqura. Nossa equipe de especialistas obteve acesso exclusivo ao diagnóstico da inspeção inicial a bordo no dia 28 de agosto de 2024, e trazemos a seguir um resumo detalhado das apurações obtidas até o momento.
Situação atual e danos observados
O CMA CGM BELEM, operado pela armadora francesa CMA CGM e compartilhado por outras cinco grandes companhias de navegação, enfrentou um colapso significativo em duas de suas baías de containers. O incidente resultou em perdas e danos substanciais:
Colapso de containers: Nas baias 14 e 34, houve um colapso das pilhas de containers, afetando 332 unidades. Destas, 99 containers caíram ao mar, e o restante (entre 200 a 210 unidades) está potencialmente danificado.
Situação das baías: Apenas 30 containers permaneceram intactos na baía 34, em sua seção estibordo.
Medidas de contenção: A presença de guias de célula no convés do navio ajudou a evitar um colapso ainda maior em outras áreas.
Além das informações obtidas, ainda não foi confirmada a declaração de avaria grossa por parte do armador, o que definiria a repartição dos custos de salvamento e outros trabalhos necessários. Dependendo da necessidade de um guindaste flutuante, o navio pode permanecer no porto de Ngqura por semanas.
Acompanharemos de perto os desdobramentos dessa situação e te manteremos atualizados.
02 – Desafios logísticos nos Portos Brasileiros impactam operações de Comércio Exterior
Nos últimos meses, os portos brasileiros têm enfrentado desafios crescentes que estão afetando profundamente as operações de comércio exterior. Com o aumento das exportações, a capacidade de armazenagem e movimentação de contêineres nos principais terminais portuários está sendo colocada à prova, resultando em congestionamentos e atrasos significativos.
Portos como Santos, Navegantes, Paranaguá, Rio Grande e Vitória estão vivenciando um aumento na intensidade dos congestionamentos. A situação tem sido agravada por diversos fatores, incluindo acidentes que danificaram berços de atracação, obras de infraestrutura e condições meteorológicas desfavoráveis. Em Paranaguá, o Terminal de Contêineres (TCP) está operando acima de sua capacidade, forçando a abertura antecipada dos gates de embarque, o que tem afetado as janelas de entrega de contêineres e causado maiores atrasos.
Os congestionamentos têm levado armadores a ajustar suas rotas e horários para minimizar os impactos nas operações. Em Navegantes, por exemplo, as obras para adaptação do porto a navios de nova geração, com até 400 metros, estão levando muitos armadores a desviar suas escalas para portos alternativos, como Imbituba e Itapoá. Esses ajustes nas rotas acabam resultando em omissões ao longo dos itinerários, afetando ainda mais as operações.
Outro fator que pode influenciar a logística portuária no Brasil é a condição fluvial na região do Amazonas. As medições realizadas pela Agência Nacional de Águas (ANA) indicam que o nível do Rio Negro não aumentou desde 17 de junho de 2024, o que poderá levar a restrições de calado no porto de Manaus durante o período de seca, previsto para iniciar em 15 de setembro de 2024. Isso poderia impactar o fluxo de cargas, com efeitos indiretos sobre os portos do Sul e Sudeste, exacerbando os desafios já enfrentados em Santos, Paranaguá e Itapoá.
Além dos problemas portuários, a escassez de contêineres, especialmente de 20 pés e padrão food grade, tem sido uma preocupação crescente para as operações de exportação. A falta desses equipamentos essenciais está complicando ainda mais o cenário logístico no Brasil, que já lida com uma infraestrutura sobrecarregada.
Em resposta a esses desafios, a implementação do General Rate Increase (GRI) a partir de julho busca mitigar os impactos econômicos e operacionais nas operações de transporte. O GRI é um ajuste nas tarifas de frete que visa cobrir o aumento dos custos ao longo da cadeia de suprimentos, como combustível, seguros e salários. Com a pressão crescente sobre os custos de transporte, o GRI pode ser um fator crucial para equilibrar as finanças das operações logísticas.
A situação nos portos brasileiros está em constante evolução, e as empresas envolvidas na logística internacional precisam se adaptar rapidamente para enfrentar os desafios atuais. A Pluscargo continua monitorando de perto esses desdobramentos e está comprometida em encontrar soluções estratégicas para garantir a eficiência das operações de seus clientes.
03 – Redução do imposto PAIS na Argentina: impactos no setor automotivo
A partir do dia 2 de setembro, o governo argentino irá reduzir a alíquota do imposto PAIS (Para uma Argentina Solidária e Inclusiva), que incide sobre produtos importados. Essa taxa, que anteriormente era de 17,5%, será reduzida para 7,5%, uma medida tomada para tentar controlar a inflação no país. A decisão ocorreu após o aumento desse imposto no final do ano passado, quando o governo buscava combater o déficit fiscal.
Segundo o portal Motor 1 Argentina, o imposto PAIS afeta diretamente a importação de veículos e peças, que são adquiridos pelo dólar oficial, negociado pelo Banco Central. Esse mesmo dólar é utilizado nas transações comerciais entre Argentina e Brasil. Embora essa redução no imposto deva aliviar os custos de produção, especialmente no que diz respeito às peças importadas, não há expectativas de que os preços dos carros nas concessionárias caiam significativamente no curto prazo.
Especialistas da indústria automotiva na Argentina acreditam que, apesar da redução do imposto, o impacto nos preços de venda será limitado, principalmente devido à inflação, que se estabilizou em torno de 4% ao mês. Com esse cenário, grandes reduções nos preços são improváveis, mas também não se espera que ocorram aumentos expressivos nos próximos meses.
O mercado automotivo argentino continua operando com grandes descontos, e há a possibilidade de que algumas montadoras lancem promoções mais agressivas como forma de apoiar as medidas governamentais. Conforme apontado por uma fonte da indústria ao Motor 1 Argentina, o governo está atendendo a uma demanda antiga do setor, que vinha pedindo a redução de impostos para aliviar os custos de produção.
Essa redução do imposto PAIS pode, portanto, oferecer um certo alívio ao setor automotivo, que tem enfrentado desafios significativos no contexto econômico atual. No entanto, os consumidores podem não sentir os efeitos dessa mudança de forma imediata nos preços finais dos veículos.