01 – Novas alíquotas para carros elétricos e híbridos
Desde 1º de julho de 2025, o governo brasileiro reajustou os impostos de importação sobre todos os veículos eletrificados: os elétricos (BEV) passaram de 18 % para 25 %, os híbridos plug‑in (PHEV) de 20 % para 28 %, e os híbridos convencionais (HEV) de 25 % para 30 %, conforme cronograma do MDIC. Esse plano prevê que, em julho de 2026, todas as categorias terão alíquota uniforme de 35 %.
A antecipação parcial da pressão fiscal também atingiu os caminhões elétricos e híbridos desmontados (CKD). A partir de janeiro de 2027, esses veículos recolherão a alíquota máxima, reduzindo o prazo original de julho de 2028, atendendo a uma solicitação da Anfavea. Antes disso, uma cota de US$ 463 milhões com alíquota zero estará vigente por seis meses para CKD e SKD.
A medida atende parcialmente à pressão de montadoras nacionais (“dinossauros”, como GM, VW, Stellantis, Toyota) que concorrem com a chinesa BYD, que buscava redução de impostos para facilitar seu início de operações em Camaçari (BA). Os fabricantes sediados no Brasil apoiaram a limitação das isenções e a antecipação do cronograma para fortalecer a produção interna.
02 – EUA isentam 694 produtos brasileiros da tarifa de 50 %
Em 30 de julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos assinou uma Ordem Executiva que aplica tarifa de 50 % sobre diversos produtos importados do Brasil, com entrada em vigor em 6 de agosto de 2025. A medida é parte de uma estratégia mais ampla de proteção da indústria americana e tensão comercial com o Brasil.
Apesar disso, 694 produtos brasileiros foram excluídos da tributação, entre eles suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes, celulose, aeronaves civis e metais preciosos. Esses itens foram considerados “interesse nacional” para os EUA, justificando a isenção.
Por outro lado, produtos não isentos, como café, frutas frescas, carnes e cacau, serão tributados em 50 %, o que poderá afetar fortemente a competitividade desses setores no mercado norte‑americano. Especialistas do agronegócio alertam para possível retração nas exportações já no segundo semestre de 2025, especialmente para café e carne.
03 – Corrente de comércio do Brasil cresce 6,6 % em julho
Dados parciais da quarta semana de julho de 2025 mostram que a corrente de comércio brasileira cresceu 6,6 %, alcançando aproximadamente US$ 47,7 bilhões no mês, em comparação ao mesmo período de 2024. As exportações somaram US$ 26,2 bilhões (+3,0 %) e as importações US$ 21,4 bilhões (+11,5 %).
No saldo, o superávit da balança comercial ficou em US$ 4,8 bilhões, apesar de representar queda de 23,2 % em relação a julho de 2024. No acumulado de janeiro a julho de 2025, o comércio exterior totalizou US$ 349 bilhões, com exportações de US$ 192,1 bilhões e importações de US$ 157,2 bilhões, resultando em superávit de US$ 34,9 bilhões e alta de 5,1 % na corrente comercial anual.
Por setores, a Indústria de Transformação liderou o crescimento tanto em exportação quanto em importação, com alta de 8,1 % nas vendas internacionais e 13,7 % nas compras externas. A Agropecuária registrou expansão modesta nas exportações (+2,4 %) e importações (+5,4 %), enquanto a Indústria Extrativa apresentou queda nas exportações (−7,6 %) e reduziu também as importações (−17,2 %).