Junho começou com grandes notícias! A partir de agora, o Brasil já pode contar com uma nova plataforma de e-commerce chinesa e vale entender como isso irá impactar a economia e o comércio internacional. Também destacamos o aumento das tarifas de frete da China para a América Latina e novas restrições do gigante asiático para a comercialização de equipamentos de aviação. Confira:
01 – Temu inicia operações no Brasil sob o Programa Remessa Conforme
Fundada em 2022, a Temu é uma plataforma de e-commerce que rapidamente ganhou destaque no mercado global. Com uma abordagem centrada no cliente e uma proposta inovadora, a empresa oferece uma vasta gama de produtos a preços competitivos, destacando-se pelo excelente atendimento ao cliente e pela experiência do usuário.
Recentemente, a plataforma recebeu autorização da Receita Federal para operar no Brasil. Conforme as regras do programa Remessa Conforme, a empresa agora pode realizar vendas no país. O ato declaratório foi publicado no Diário Oficial da União em 20 de maio de 2024, marcando um importante passo na expansão da Temu na América Latina.
Assim como a SHEIN, a Temu foca em produtos de baixo custo, especialmente em categorias como moda e acessórios. Através de parcerias diretas com fabricantes, a empresa consegue oferecer preços extremamente competitivos.
A plataforma é intuitiva e amigável, com navegação simples e um processo de checkout rápido. Além disso, a empresa utiliza IA para personalizar a experiência de compra, recomendando produtos conforme as preferências dos clientes.
A entrada da Temu no mercado brasileiro representa uma nova oportunidade tanto para consumidores quanto para a empresa. Com preços competitivos e uma vasta gama de produtos, a Temu tem o potencial de se tornar uma forte concorrente no e-commerce brasileiro. A isenção de impostos para compras de até US$ 50 sob o programa Remessa Conforme também pode atrair um grande número de clientes. A rápida adaptação e lançamento do site em português demonstram o compromisso da empresa em oferecer uma experiência de compra personalizada e eficiente para os consumidores brasileiros.
02 – Aumento das exportações chinesas impulsiona tarifas de frete para a América Latina
As tarifas de frete de contêineres entre a China e a América Latina aumentaram substancialmente devido ao crescimento das exportações chinesas e à alta demanda por espaço de carga. Em 24 de maio, a tarifa de frete para a costa leste da América do Sul atingiu US$ 7.065 por contêiner padrão, um aumento de 153,41% desde o final de março, segundo o Shanghai Shipping Exchange.
Gigantes do transporte marítimo, como Mediterranean Shipping Company e China COSCO Shipping, ampliaram seus serviços entre a China e o México. A empresa francesa CMA CGM também lançou uma nova rota com oito navios de grande capacidade.
A capacidade global de transporte de contêineres está pressionada devido à crise no Mar Vermelho e ao ciclo de reabastecimento nos EUA e na Europa. O Índice de Frete Contêinerizado de Exportação de Xangai (SCFI) subiu para 2520,76 pontos em 17 de maio, um aumento de 9,3% em relação à semana anterior e mais de 130% desde dezembro.
A crise no Mar Vermelho, causada por ataques de militantes Houthis, reduziu significativamente o comércio através do Canal de Suez, forçando os navios a tomarem rotas alternativas.
Devido aos retornos mais altos, as empresas de transporte estão desviando sua capacidade limitada para a rota China-América Latina. Nos primeiros quatro meses de 2024, a América Latina emergiu como a região de crescimento mais rápido para as exportações chinesas, com aumentos notáveis nas exportações para o México e o Brasil.
O aumento das tarifas de frete de contêineres entre a China e a América Latina reflete a crescente demanda por exportações chinesas e a restrição da capacidade global de transporte. Com as exportações chinesas em ascensão, especialmente para o México e o Brasil, as rotas comerciais estão sendo adaptadas para maximizar os retornos. A pressão dos EUA sobre o México para controlar o fluxo de produtos chineses e as possíveis tarifas podem impactar o comércio futuro. Entretanto, a demanda contínua por produtos chineses na América Latina indica um cenário de crescimento sustentável no curto prazo, com implicações significativas para as cadeias de suprimentos globais e a logística de transporte.
03 – China anuncia restrições nas exportações de equipamentos de aviação e aeroespaciais
O Ministério do Comércio da China anunciou que, a partir de 1º de julho, haverá restrições nas exportações de equipamentos e tecnologias relacionadas à aviação e ao setor aeroespacial. A decisão foi comunicada em 30 de maio e visa proteger a segurança e os interesses nacionais, além de cumprir obrigações internacionais. As exportações de itens designados de acordo com as novas regras exigirão licenças específicas.
As novas regulamentações abrangem uma ampla gama de produtos, incluindo:
Motores de aeronaves e aeroespaciais e suas peças estruturais.
Equipamentos relacionados à fabricação de motores.
Software e tecnologia associados ao setor.
Ferramentas, moldes, acessórios e outros equipamentos de processamento usados na fabricação de materiais como «superplástico», ligado a titânio, alumínio e suas ligas.
A China tem um papel importante na exportação de peças de motores e outros componentes de aeronaves e espaciais. Embora tenha desenvolvido seus próprios motores a jato, o país ainda depende de fornecedores estrangeiros para componentes essenciais na produção de aeronaves com tecnologia própria.
O anúncio das restrições foi feito em colaboração com a Administração Geral de Alfândega da China e o departamento de desenvolvimento de equipamentos da Comissão Militar Central. Essa medida reflete um esforço coordenado para assegurar que as exportações estratégicas estejam alinhadas com os interesses de segurança nacional e as políticas internacionais.
As restrições às exportações podem ter um impacto significativo no mercado global de aviação e aeroespacial, especialmente para países e empresas que dependem de componentes e tecnologia chinesa. As novas exigências de licenças de exportação podem atrasar a cadeia de suprimentos e aumentar os custos para os fabricantes internacionais.
A decisão da China de restringir as exportações de equipamentos e tecnologias de aviação e aeroespaciais sublinha a importância da segurança nacional na política comercial do país. Ao exigir licenças de exportação para uma ampla gama de produtos estratégicos, a China busca controlar a distribuição de suas tecnologias avançadas, protegendo seus interesses nacionais e cumprindo obrigações internacionais.