01 – Movimentação de contêineres no Brasil: crescimento impulsionado por investimentos e desafios persistentes
A movimentação de contêineres no Brasil apresentou um crescimento expressivo de 14,3% entre janeiro e setembro de 2024. Esse avanço reflete tanto os esforços de expansão da infraestrutura portuária quanto o aumento da demanda por serviços logísticos eficientes. O projeto STS10, no Porto de Santos, é um exemplo emblemático. Previsto para 2025, ele promete aumentar a capacidade do terminal em 50%, tornando o Brasil mais competitivo no mercado internacional.
No entanto, os gargalos permanecem. Em Itajaí (SC), por exemplo, a ausência de dragagem no canal de acesso reduziu a capacidade de movimentação de cargas. Além disso, o congestionamento no Porto de Santos tem se tornado uma questão estrutural, exigindo ações imediatas para evitar impactos no comércio exterior.
Investimentos privados reforçam o otimismo. A aquisição de empresas de logística por gigantes internacionais, como a MSC e a CMA CGM, e os planos da Maersk para transformar um estaleiro em Suape (PE) em terminal de contêineres, indicam que o setor está se preparando para um crescimento sustentável. Contudo, especialistas alertam para a necessidade de modernizar a gestão portuária e garantir maior resiliência no sistema logístico.
02 – ICMS sobre encomendas internacionais: como a nova taxa afetará o consumidor e as empresas
A partir de abril de 2025, o ICMS sobre encomendas internacionais passará de 17% para 20%. Essa alteração foi anunciada por diversos estados brasileiros como uma forma de adequar a arrecadação fiscal às demandas econômicas atuais.
A medida afetará diretamente o comércio eletrônico internacional, encarecendo os produtos importados. Empresas que operam no setor já expressaram preocupação com o possível impacto na demanda e no poder de compra dos consumidores. Especialistas recomendam que consumidores antecipem suas compras ou busquem alternativas nacionais para mitigar os efeitos dessa elevação tributária.
Além disso, essa mudança se soma ao esforço dos estados para combater a evasão fiscal em operações digitais e aumentar a transparência das transações. Contudo, é fundamental equilibrar os interesses da arrecadação com o estímulo ao consumo e à competitividade das empresas.
03 – Acordo Mercosul e UE: conclusão marca nova era de parcerias
Após mais de 20 anos de negociações, o Mercosul e a União Europeia concluíram as tratativas para o tão aguardado Acordo de Parceria Birregional. Com impacto previsto sobre uma população de 718 milhões de pessoas e economias somadas em US$ 22 trilhões, o pacto promete ampliar os fluxos comerciais e investimentos, ao mesmo tempo em que incentiva práticas sustentáveis. O acordo inclui a redução progressiva de tarifas de importação para produtos agrícolas e industriais, beneficiando exportadores sul-americanos e indústrias europeias.
Entre os principais destaques está o compromisso com a sustentabilidade. Pela primeira vez, foram incluídos dispositivos sobre empoderamento feminino no comércio e promoção de cadeias produtivas verdes. Pequenos produtores, cooperativas e comunidades locais também terão mais acesso ao mercado europeu, fomentando o desenvolvimento sustentável no Mercosul. Adicionalmente, políticas de incentivo à inovação e exclusões estratégicas para compras governamentais reforçam o potencial de crescimento regional.
Os benefícios esperados para o Brasil incluem um aumento de 0,46% no PIB até 2040 e um acréscimo de 1,49% nos investimentos diretos. Já para a União Europeia, o acordo representa um passo estratégico para garantir acesso a commodities a custos mais baixos, além de fortalecer sua competitividade no mercado global. Entretanto, desafios ainda persistem, como a resistência de alguns países europeus, especialmente em relação ao setor agrícola.
A próxima etapa será a revisão legal e tradução do documento, seguidas pela aprovação nos parlamentos de ambos os blocos. Apesar das incertezas, o acordo é amplamente visto como uma oportunidade para posicionar o Mercosul e a União Europeia como parceiros estratégicos em um cenário econômico global cada vez mais competitivo.