Carros elétricos são o futuro? De acordo com o plano ambicioso da BYD, até julho o Brasil deve receber 100 mil carros eletrificados. Os impactos dessa estratégia, além de outros destaques da semana 25, você confere em nosso Mix de Notícias. Confira:
01 – BYD acelera e planeja trazer 100.000 carros eletrificados ao Brasil até julho
A BYD, gigante chinesa no setor de veículos eletrificados, está protagonizando uma verdadeira operação de guerra no Brasil. Com o objetivo de ampliar sua participação no mercado nacional, a fabricante está importando um volume expressivo de carros elétricos e híbridos plug-in em tempo recorde.
Durante um evento marcante realizado no Porto de Suape, em Pernambuco, a BYD anunciou um plano ambicioso: trazer ao Brasil 100.000 veículos elétricos e híbridos plug-in até o final de julho. Este prazo coincide estrategicamente com o reajuste do imposto de importação para veículos eletrificados, o que aumenta a urgência e a importância dessa operação.
Para compreender a magnitude dessa iniciativa, até o final de maio, a BYD já havia emplacado cerca de 30 mil veículos eletrificados no país, ilustrando o desafio significativo que a empresa enfrenta.
A BYD está lançando novos modelos para conquistar os consumidores brasileiros. O primeiro deles é o BYD Song Pro, um SUV que chega em junho para competir com as versões mais caras dos SUVs compactos a combustão. Em seguida, será lançado o BYD King, um sedã médio bem equipado, ambos com motorização híbrida plug-in e autonomia combinada superior a 1.000 km. Em setembro, a BYD apresentará a BYD Shark, sua primeira picape, projetada com foco nos mercados internacionais.
Elemento crucial dessa estratégia é o navio Explorer No. 1, entregue em janeiro no porto de Yantai, na China. Com capacidade para transportar até 7.000 veículos, o navio representa a tecnologia de navegação mais avançada e, em sua segunda viagem, trouxe 5.459 veículos para o Brasil. No total, oito navios serão responsáveis pela distribuição dos veículos da BYD nos mercados internacionais.
Para suportar o aumento significativo nas vendas, a BYD está expandindo sua rede de concessionárias no Brasil. Recentemente, a marca inaugurou sua 100ª loja no país, localizada em Florianópolis, Santa Catarina. A meta é alcançar 250 concessionárias até o final do ano, combinando novas inaugurações e nomeações.
Enquanto acelera a importação, a BYD também está investindo na produção local. A fábrica em Camaçari, na Bahia, começará a produzir os primeiros veículos eletrificados nacionais ainda este ano. Este movimento não apenas fortalecerá a presença da BYD no Brasil, mas também contribuirá para a economia local, gerando empregos e desenvolvendo a cadeia produtiva nacional.
02 – Debate sobre importação de arroz: impactos e desafios para a cadeia produtiva nacional
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados promove, nesta terça-feira (18), uma audiência pública para discutir a recente decisão do governo federal sobre a importação de 1 milhão de toneladas de arroz. O evento, marcado para às 10h15 no plenário 6, visa avaliar os impactos dessa medida na cadeia produtiva do arroz no Brasil. A iniciativa é fruto de um requerimento dos deputados Coronel Meira (PL-PE) e Tião Medeiros (PP-PR).
Em resposta às enchentes no Rio Grande do Sul, que elevaram os preços do arroz em quase 13% no último mês, o governo federal anunciou a destinação de R$ 416 milhões para a compra de 104,03 mil toneladas de arroz importado. No entanto, o leilão planejado foi suspenso para aprimoramento do programa, com um adicional de R$ 6,7 milhões alocado para essas operações. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deverá divulgar novas regras para um novo leilão em breve.
A previsão de produção de arroz para 2024, segundo a Conab, é de 10,5 milhões de toneladas, um aumento de 4,6% em relação à temporada passada. Especificamente no Rio Grande do Sul, que responde por 70% da produção nacional, a safra deverá crescer 4,9%, totalizando 7,2 milhões de toneladas. Apesar das enchentes, a área colhida no estado foi majoritariamente preservada, resultando em uma quebra de apenas 15% da safra.
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) se posicionou contra a importação do cereal, argumentando que não há necessidade de tal medida para abastecer o mercado interno. Segundo o presidente da Federarroz, a importação de arroz a preços subsidiados pelo governo poderia desestimular a produção nacional e aumentar a dependência de fornecedores externos.
Os produtores locais temem que a importação de arroz a preços subsidiados represente uma concorrência desleal, prejudicando a economia agrícola nacional. A Federarroz destacou ainda que os produtores brasileiros não conseguem competir com o preço de R$ 4 por quilo prometido pelo governo para o arroz importado.
Em meio às críticas e questionamentos, o governo federal anulou o leilão para a compra de arroz importado devido a dúvidas sobre a capacidade técnica e financeira das empresas vencedoras. A Conab, com apoio da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Controladoria-Geral da União (CGU), está revisando os mecanismos para a realização de um novo leilão, assegurando a solidez das empresas participantes.
O debate promovido pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural é crucial para discutir os impactos da importação de arroz e buscar um consenso sobre a melhor estratégia para estabilizar o mercado nacional. A medida governamental, enquanto visa atender à necessidade imediata de estabilização dos preços, enfrenta resistência significativa dos produtores locais, que alertam para os riscos de desestímulo à produção nacional e aumento da dependência externa. A busca por um equilíbrio entre importação e incentivo à produção interna será fundamental para a sustentabilidade da cadeia produtiva de arroz no Brasil.
03 – Wilson Sons: liderança em logística portuária e sustentabilidade
A Wilson Sons, maior operadora de logística portuária e marítima do Brasil, alcançou um marco significativo com o Tecon Salvador, considerado o 6º melhor terminal de contêineres do mundo na categoria de até 500 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Esse reconhecimento, divulgado pelo Banco Mundial e pela S&P Global Market Intelligence, reflete a eficiência operacional e os investimentos contínuos da empresa em inovação e sustentabilidade.
Localizado no Porto de Salvador, o Tecon Salvador tem se destacado por suas melhorias estruturais e operacionais. Em 2021, a Wilson Sons duplicou o principal berço de atracação do terminal, que agora conta com 800 metros, permitindo a atracação simultânea de dois supernavios porta-contêineres New Panamax (366m) e navios menores em seu cais secundário. Com essa expansão, o terminal passou a atender mais de 470 navios por ano e mais de 750 caminhões por dia.
O compromisso com a sustentabilidade é uma marca registrada da Wilson Sons. Em 2023, o Tecon Salvador investiu em 12 tratores de pátio elétricos (TTs), utilizados para o transporte interno de contêineres. Esses equipamentos contribuem para a redução anual de até 341 toneladas de CO², demonstrando a preocupação da empresa com a redução da pegada ambiental e a promoção de práticas ecoeficientes.
O Tecon Salvador está estrategicamente localizado na Baía de Todos-os-Santos, considerada a capital da Amazônia Azul, devido às suas condições naturais privilegiadas e excelente acessibilidade marítima e rodoviária. O terminal desempenha um papel crucial no desenvolvimento da cadeia de suprimentos nacional e internacional, oferecendo soluções logísticas para mais de dez estados brasileiros, do Sudeste ao Norte.
Os segmentos atendidos pelo terminal incluem frutas, algodão, fertilizantes, couro, celulose, suco, derivados de cacau, derivados de sisal, derivados de madeiras, carnes, açúcar, arroz, café, pneus, eletrônicos, produtos químicos, além de cargas a granel e cargas soltas de grandes dimensões, especialmente para o segmento de energia renovável.
O reconhecimento do Tecon Salvador no Índice Global de Desempenho Portuário de Contêineres (CPPI) é resultado de uma análise criteriosa. O estudo classificou 405 portos globais, avaliando mais de 182 mil escalas de navios, 238,2 milhões de movimentações e cerca de 381 milhões de TEUs. O objetivo do índice, conforme explicado pelo Banco Mundial e pela S&P, é identificar áreas de aprimoramento que beneficiem várias partes interessadas no sistema de comércio global e nas cadeias de suprimentos.