01 – Plano Brasil Soberano: apoio a exportadores e trabalhadores
O governo federal apresentou nesta quarta-feira (13/8) o Plano Brasil Soberano, uma iniciativa estratégica para mitigar os efeitos das sobretaxas de até 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A resposta inclui linhas de crédito no valor de R$ 30 bilhões a partir do Fundo Garantidor de Exportações, prorrogação de tributos, aumento de restituições fiscais via Reintegra e priorização de compras públicas para estimular setores afetados.
O plano está estruturado em três eixos principais: fortalecimento do setor produtivo, proteção aos trabalhadores e diplomacia comercial em caráter multilateral. Com essa abordagem, o governo busca não só preservar empregos e empresas, mas também reafirmar sua autonomia frente às pressões externas.
A ministra Gleisi Hoffmann sublinhou que a medida provisória visa proteger a economia nacional – empresas, exportações, empregos e famílias – e reforçou que a ação é uma defesa da democracia contra tentativas de intimidação comercial.
Não se trata de retaliar os EUA, mas sim de buscar alternativas comerciais e fortalecer o país. O presidente Lula reafirmou sua disposição ao diálogo, mencionando contatos com líderes da Índia, China, Rússia, África do Sul, França e Alemanha em busca de novos mercados.
02 – Exportações da BRF devem voltar “em dias ou semanas”
A BRF informou, durante divulgação de resultados trimestrais em 15 de agosto, que espera retomar as exportações de frango para a China e a União Europeia “em questão de dias ou semanas”. Isso ocorre após a suspensão gradual das restrições comerciais impostas devido a um surto de gripe aviária em maio.
O surto, que teve início em uma granja comercial em maio, impactou fortemente as vendas externas no segundo trimestre. No entanto, com o controle da doença e a declaração do Brasil como livre da gripe aviária em junho, os mercados começaram a reabrir suas portas.
Segundo o CEO Miguel Gularte, a retomada das vendas permitirá que a empresa ajuste os estoques, que estão acima dos níveis desejáveis. Além disso, a BRF destacou que redirecionou parte dos cortes destinados à China para outros mercados e comemorou a reabertura de encomendas por países como Arábia Saudita e Chile. Enquanto isso, as exportações da empresa caíram 5% no trimestre, contra uma queda geral de 15% no setor de aves brasileiro.
03 – Brasil consolida presença no mercado saudita com alta de 29%
As exportações brasileiras do agronegócio para a Arábia Saudita cresceram 28,9% em julho, em relação ao mesmo mês de 2024, totalizando US$ 231,52 milhões, segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). O país árabe figurou entre os dez principais destinos dos embarques do setor no mês, ao lado dos Emirados Árabes Unidos, que, apesar da retração de 26,8%, importaram US$ 233,8 milhões.
No acumulado de janeiro a julho, as compras sauditas alcançaram US$ 1,46 bilhão, um crescimento de 2,2% sobre igual período do ano passado. O desempenho reforça a relevância do mercado saudita para o agro brasileiro e a competitividade dos produtos nacionais na região.
Apesar de representar 2% do market share das exportações do agro, a Arábia Saudita mostra um papel estratégico no Oriente Médio, fortalecendo a presença brasileira em um dos mercados mais exigentes e diversificados do mundo. Já os Emirados Árabes Unidos respondem por 1% desse total, enquanto os maiores parceiros continuam sendo China (34,1%), União Europeia (14,7%) e Estados Unidos (7,9%).
Esse avanço demonstra a capacidade do setor agropecuário brasileiro de expandir mercados mesmo em um cenário global competitivo, consolidando a imagem do Brasil como fornecedor confiável de alimentos e reforçando a importância da logística internacional para atender às demandas crescentes de parceiros estratégicos como a Arábia Saudita.