Mudanças no cenário comercial entre Brasil e Argentina! No Mix de Notícias de hoje, você confere o que está acontecendo com a exportação de carros. Além disso, também trouxemos um panorama do avanço do país na exportação de algodão e muito mais. Confira:
01 – Soja se torna protagonista das exportações do Brasil para a Argentina
A Argentina, que costumava receber principalmente carros brasileiros, agora tem a soja brasileira como seu principal produto de importação. Isso é inédito e representa uma mudança drástica na dinâmica do comércio entre os dois países.
Historicamente, a soja representava apenas uma pequena fração das exportações brasileiras para a Argentina, nunca ultrapassando 2% desde que as estatísticas começaram a ser registradas em 1997. No entanto, com a quebra da safra argentina, a soja agora responde por incríveis 15% de tudo o que nossos vizinhos argentinos importam do Brasil.
Com relação aos carros, a Argentina implementou licenças de importação como forma de controlar a saída de dólares do país. Isso afetou significativamente as exportações de carros brasileiros para lá. As montadoras brasileiras agora enfrentam atrasos frequentes, muitas vezes superiores a dois meses, na entrada de seus produtos no mercado argentino.
A combinação das restrições às importações de carros e a desvalorização da moeda argentina levou a um aumento na produção e consumo de carros fabricados localmente na Argentina. Os carros brasileiros, que costumavam dominar as estradas argentinas, estão perdendo terreno rapidamente.
Toda essa reviravolta teve um impacto significativo nas exportações brasileiras para a Argentina. As dificuldades enfrentadas pelo país vizinho, juntamente com as restrições comerciais, resultaram em uma queda nas exportações brasileiras.
Nesse contexto, algumas montadoras brasileiras encontraram novos mercados na Colômbia, no Chile e no México para compensar a queda nas exportações para a Argentina. O México, em particular, tornou-se o maior comprador de veículos brasileiros no exterior neste ano.
02 – Café em alta: China está entre os maiores consumidores
O café brasileiro está mais quente do que nunca! Em agosto de 2023, as exportações de café do Brasil registraram um crescimento notável, com um destaque surpreendente da China como um dos maiores consumidores. Em 2023, o país asiático conquistou a 9ª posição no ranking dos principais destinos das exportações brasileiras de café. Isso se deve, em grande parte, ao impressionante aumento nas exportações de café conilon e robusta, que tiveram um crescimento incrível de 443% em agosto, atingindo um recorde para um único mês.
Em agosto de 2023, o Brasil exportou um total de 3,673 milhões de sacas de café de 60 kg, um aumento impressionante de 29,4% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Além disso, a receita cambial cresceu 7,5%, alcançando a marca de US$ 723,8 milhões.
O futuro das exportações de café do Brasil parece promissor. Com as floradas importantes observadas recentemente nas plantações de café, há boas perspectivas para o mercado nos próximos anos, desde que as condições climáticas cooperem.
Os cafés de qualidade superior ou com certificados de práticas sustentáveis também tiveram seu espaço. Eles responderam por 16,5% das exportações totais de café brasileiro em 2023, com um preço médio de US$ 241,31 por saca.
Os principais destinos das exportações de café do Brasil incluem os Estados Unidos, Alemanha, Itália, Japão e Bélgica. Além disso, o complexo marítimo de Santos (SP) permanece como o principal exportador, seguido pelos portos do Rio de Janeiro e Paranaguá.
03 – Brasil deve ultrapassar EUA e liderar exportações de algodão
O Brasil pode tomar a posição dos Estados Unidos como maior exportador de algodão no mundo na safra 2023/24. Esse avanço do país latino em relação aos norte-americanos é resultado da seca e das altas temperaturas que afetam o Texas, principal região produtora dos EUA.
Há dez anos, o Brasil conquistou a liderança nas vendas de soja e, em 2023, expandiu sua presença no mercado de milho. Com uma temporada agrícola favorável e plantações de alta qualidade, é esperado que o país supere os Estados Unidos em mais um produto.
De acordo com as informações do superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleiton Gauer, os agricultores têm planos de expandir as áreas de plantação de algodão no próximo ano. Essa decisão é motivada pela queda nos preços do milho, levando à realocação das áreas de cultivo para o algodão. Gauer ainda ressalta que, devido à demanda interna não ser suficiente para absorver toda a produção, as exportações brasileiras devem continuar em ascensão.