01 – Compras brasileiras da China disparam no 1º semestre
Entre janeiro e maio de 2025, o Brasil importou US$ 29,5 bilhões em produtos da China – o maior valor já registrado desde o início da série histórica em 1997. O crescimento, de 26,5% em relação a 2024, ocorreu em meio à nova escalada tarifária dos EUA contra os chineses, que forçou um redirecionamento das exportações.
Mas não foi só a guerra comercial que influenciou esse aumento. Segundo especialistas, a alta reflete também o bom momento da economia interna, o desempenho positivo do agronegócio e a demanda por bens de capital – como máquinas e equipamentos.
Outro fator relevante foi a compra de uma plataforma de petróleo chinesa, no valor de US$ 2,7 bilhões, que impactou os dados de fevereiro. Já os bens finais, como eletrodomésticos e eletrônicos, começaram a crescer a partir de abril.
Com o fechamento parcial do mercado americano, empresas chinesas passaram a direcionar produtos de maior valor agregado para países como o Brasil. Plataformas como Amazon, Temu e Mercado Livre também ajudaram a impulsionar o consumo de itens chineses no país.
Diante desse cenário, o governo brasileiro declarou estar atento ao movimento, sinalizando maior rigor na defesa comercial para evitar uma entrada excessiva de produtos que possa afetar a indústria nacional.
A greve da Receita em terminais alfandegários impediu um crescimento ainda maior, mas o movimento reforça a necessidade de atenção às mudanças no cenário global. Na Mastersul, seguimos acompanhando cada tendência para apoiar nossos clientes com agilidade e inteligência de mercado.
02 – Nova rota promete reduzir custos logísticos e ampliar exportações via Itajaí
O Porto de Itajaí acaba de ser confirmado como ponto estratégico na Rota Bioceânica de Capricórnio, novo corredor logístico que ligará a China ao Mercosul e à Europa, passando por países da América do Sul. A confirmação veio após reunião do superintendente João Paulo Tavares Bastos com a equipe técnica do Ministério do Planejamento, em Brasília.
A inclusão do terminal na rota representa uma conquista logística importante para o Brasil. A nova rota deve reduzir em até 40% os custos de transporte e encurtar o tempo de viagem em até duas semanas. Com isso, produtos das regiões Sul e Centro-Oeste ganharão mais competitividade nos mercados asiático, europeu e sul-americano.
Com início das operações previsto para 2027, o corredor traz uma nova perspectiva para o Porto de Itajaí, especialmente diante da possível celebração de um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. O terminal se posiciona como peça-chave para atender o novo fluxo de exportações para o velho continente.
Além das tratativas técnicas, também está sendo articulado um evento em Santa Catarina para apresentar à sociedade os impactos e benefícios da Rota Bioceânica, reforçando o protagonismo logístico do estado no comércio exterior.
03 – Demanda norte-americana puxa alta nas vendas de carne brasileira
As exportações brasileiras de carne bovina cresceram 12,6% entre janeiro e maio de 2025, totalizando 1,348 milhão de toneladas embarcadas no período, segundo levantamento da Abrafrigo. A forte demanda dos Estados Unidos foi um dos principais impulsionadores desse avanço.
O destaque fica para o crescimento nas vendas aos americanos: foram 321,8 mil toneladas, alta de 78,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita mais que dobrou, saltando de US$ 509,9 milhões para US$ 1,082 bilhão – um aumento de 112,4%. Com isso, a participação dos EUA na receita total passou de 10,5% para 18,2%.
A China segue como principal destino da carne bovina brasileira, com 497,5 mil toneladas exportadas e receita de US$ 2,465 bilhões. No entanto, sua participação no total caiu de 43,6% para 41,5%, indicando leve reconfiguração no perfil dos compradores.
Outro fator importante foi a valorização do boi gordo no mercado interno, que elevou o preço médio da carne brasileira no exterior. O valor por tonelada subiu de US$ 4.048 para US$ 4.405, resultando em uma receita total de US$ 5,94 bilhões nos cinco primeiros meses de 2025 — alta de 22,5% em relação a 2024.