01 – Amônia como combustível marítimo: potencial e desafios na transição para emissões zero
Em busca de alternativas sustentáveis para reduzir as emissões de carbono, a amônia surge como uma aposta promissora no setor marítimo. Segundo pesquisa realizada pelo Mærsk Mc-Kinney Møller Center for Zero Carbon Shipping, mais da metade dos profissionais da indústria mostra-se aberta a trabalhar com essa substância como combustível. No entanto, o uso de amônia traz desafios específicos, como sua alta toxicidade, que requer rígidos protocolos de segurança e treinamento especializado para garantir uma aplicação segura e eficaz.
A pesquisa abrangeu 2.000 entrevistados, incluindo engenheiros, oficiais de navios e outros profissionais, e apontou que, apesar do interesse no uso da amônia, há uma demanda por regulamentações mais definidas, desenvolvimento tecnológico e políticas de segurança adequadas. Entre os principais pontos levantados, destacam-se as preocupações com a infraestrutura necessária para armazenar e manusear esse composto, assim como com as implicações para a saúde e segurança da tripulação.
Essas percepções revelam que a amônia pode se tornar uma solução viável para a descarbonização, desde que sejam adotadas medidas colaborativas entre indústria e governos para enfrentar as barreiras regulatórias e garantir treinamentos específicos. A transição para esse combustível, portanto, deve ser um esforço conjunto, voltado para a segurança, inovação e sustentabilidade, permitindo à indústria marítima navegar rumo a um futuro com emissões reduzidas.
A jornada para um setor marítimo mais sustentável continua, e a amônia é uma das estrelas que podem guiar essa transição.
02 – Brasil facilita importação de trigo argentino para reforçar abastecimento
A partir de 1º de dezembro, o Brasil implementará uma nova política de gerenciamento de risco na importação de trigo argentino, com foco em reduzir a burocracia sem comprometer a segurança. O anúncio foi feito durante o Congresso do Trigo pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), em Foz do Iguaçu, e prevê que apenas 10% das cargas passem por inspeção física, agilizando a liberação para processamento. A medida, elogiada pelo setor, busca reduzir custos e facilitar o abastecimento dos moinhos.
Além disso, o Congresso abordou desafios macroeconômicos e geopolíticos, ressaltando a importância de um sistema tributário mais ágil para fortalecer a cadeia produtiva do trigo no Brasil. Em discussões sobre o cenário global, palestrantes apontaram a relevância do protagonismo argentino e os impactos das mudanças climáticas nas safras de países como Rússia e EUA.
O evento, que segue até sexta-feira, reafirma o compromisso do setor em adaptar-se às demandas de um mercado dinâmico e sustentável.
03 – Brasil e Reino Unido firmam acordo para facilitar crédito à exportação
O Brasil e o Reino Unido firmaram uma parceria inédita para o compartilhamento de risco em exportações, permitindo que produtos que combinam componentes dos dois países, como aeronaves brasileiras com motores britânicos, possam contar com seguros de exportação das duas nações. Assinado por representantes do MDIC, ABGF e UKEF, o acordo visa tornar as exportações mais atrativas e financiar produtos de alto valor agregado a custos menores. Os próximos passos incluem definir os termos operacionais de resseguro para reduzir riscos e fortalecer o apoio à exportação.
Além do acordo, os países também discutiram temas como descarbonização, desburocratização e o papel das mulheres no comércio. No próximo ano, o Comitê Econômico e Comercial Conjunto Brasil-Reino Unido (Jetco) se reunirá para celebrar 200 anos de relação comercial, visando ainda mais colaboração e investimentos.