01 – Greve portuária nos EUA: o impacto bilionário que pode paralisar o comércio
A tranquilidade nos mares está prestes a ser substituída por um cenário de tensão nos negócios. Mais de 30 portos, incluindo 5 dos 10 maiores da América do Norte, correm o risco de ficar completamente paralisados nos próximos dias, à medida que os principais sindicatos de estivadores e trabalhadores portuários dos Estados Unidos ameaçam entrar em greve. Caso não haja um novo acordo com as empresas de transporte, a partir dessa semana, 45 mil trabalhadores podem cruzar os braços.
O que está em jogo? O contrato atual entre os trabalhadores e as empresas de transporte expira em breve, e os principais pontos de desacordo envolvem o pedido de aumento salarial dos portuários e a oposição à automação das operações com contêineres. Se um consenso não for alcançado, o impacto será sentido em toda a cadeia de suprimentos marítimos, especialmente nos portos da Costa Leste dos EUA.
A gravidade da situação é clara: uma paralisação como essa poderia causar prejuízos de até US$ 5 bilhões por dia. Produtos destinados aos mais variados destinos globais ficariam estagnados, criando um efeito dominó em diversos setores da economia. De acordo com estimativas, até 60% de todos os embarques americanos seriam afetados, o que resultaria em atrasos ou até cancelamentos de encomendas internacionais.
As consequências não param por aí. Com a interrupção da cadeia de abastecimento, a inflação nos Estados Unidos poderia ser diretamente impactada, pressionando ainda mais os preços no mercado interno. Para evitar o caos, o governo Biden está estudando alternativas, como o desvio de cargas para portos no Canadá ou o transporte por ferrovias. No entanto, essas soluções não seriam suficientes para conter a crise, e a Casa Branca já considera intervir nas negociações.
A importância dos portos no comércio americano é inquestionável: cerca de 69% de todos os produtos comercializados pelos EUA são transportados por via marítima. Além disso, os portos empregam mais de 31 milhões de pessoas e movimentam mais de US$ 5 trilhões anualmente. Diante desse cenário, a resolução da disputa trabalhista se torna essencial não só para o comércio global, mas também para a estabilidade da economia americana.
02 – Paraná Inova com Liberação Automática do ICMS Via Duimp
O Paraná sai na frente como o primeiro estado do país a adotar a liberação automática do ICMS para importações, utilizando a Declaração Única de Importação (Duimp). A partir de outubro, esse novo documento da Receita Federal será obrigatório em todo o Brasil, trazendo mais agilidade e transparência às operações de comércio exterior.
No dia 25, foi realizado o primeiro teste dessa inovação, com resultados positivos. Agora, o sistema da Receita Estadual processa automaticamente as informações da Duimp, sem necessidade de intervenção manual. Para isso, o Sistema de Desembaraço Eletrônico de Importações (DEIM) passou por ajustes para integrar-se à Duimp, tornando o desembaraço aduaneiro ainda mais eficiente.
Essa automação, em parceria com a Celepar, abrange inicialmente as cargas que chegam por via marítima, especialmente as que estão sob regimes tributários especiais, como Recof e Repetro, beneficiando principalmente o setor industrial. Importações realizadas por pessoas físicas continuarão seguindo os processos convencionais, como o Remessa Conforme.
Com a implementação da Duimp e a automatização do tratamento do ICMS, o Paraná se posiciona na vanguarda da modernização do comércio exterior no Brasil, proporcionando mais agilidade, segurança e redução de custos para os contribuintes.
03 – Pacto Global da ONU lança guia para descarbonização portuária e marítima no Brasil
Com o objetivo de acelerar a descarbonização do setor portuário e marítimo no Brasil, o Pacto Global da ONU – Rede Brasil lançou a primeira versão de um guia voltado para o setor. Desenvolvido pelo Grupo de Trabalho de Negócios Oceânicos, o guia faz parte da Plataforma de Ação Pela Água e Oceano, o primeiro hub corporativo do país dedicado a promover a transição energética dos portos e do transporte marítimo. O lançamento foi feito durante o evento SDGs in Brazil 2024, o maior encontro de sustentabilidade corporativa brasileira no mundo, realizado na sede da ONU, em Nova York.
O guia oferece uma visão detalhada sobre as discussões globais em torno da descarbonização do setor, destacando os principais desafios e oportunidades, especialmente para o Brasil. Com uma extensa costa de 7.367 km e uma economia do mar que representa cerca de 19% a 21% do PIB, o país tem um potencial significativo para se posicionar de forma estratégica nesse cenário global.
O transporte marítimo é responsável por aproximadamente 3% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE), e a Organização Marítima Internacional (IMO) estabeleceu metas ambiciosas para a redução dessas emissões: 30% até 2030, 80% até 2040 e alcançar emissões líquidas zero até 2050. Sem medidas de mitigação, essas emissões podem aumentar entre 50% e 250% até 2050.
O guia também explora as alternativas tecnológicas que o Brasil vem estudando para o setor, como o uso de combustíveis alternativos, entre eles biodiesel, diesel verde (HVO), etanol e metanol. A escolha da melhor solução dependerá de fatores como custos, disponibilidade de infraestrutura e aplicação para diferentes embarcações e rotas.
O guia, com 81 páginas, inclui recomendações, análises sobre a descarbonização na agenda governamental e cases de sucesso, tanto nacionais quanto internacionais.