01 – Impacto global no transporte de contêineres: como a instabilidade e greves afetam o setor
Apesar do aumento das tensões no Oriente Médio, especialmente com novas ameaças no Mar Vermelho pela milícia Houthi, apoiada pelo Irã, o transporte global de contêineres não sofreu impactos negativos significativos. Um exemplo recente é a greve dos trabalhadores portuários nos EUA, que teve um efeito limitado nos preços do transporte marítimo.
Segundo o Índice Mundial de Contêineres, da consultoria Drewry, o custo por contêiner de 40 pés caiu 4% na semana de 10 de outubro, fixando-se em US$ 3.349. Esse valor, embora esteja 68% abaixo do pico alcançado durante a pandemia (US$ 10.377 em setembro de 2021), ainda é 136% superior à média de 2019, pré-pandemia, que era de US$ 1.420. Além disso, representa uma alta anual de 145%, reforçando a volatilidade do setor.
A greve nos portos dos Estados Unidos, que ocorreu no início de outubro, teve um impacto limitado, elevando os preços em apenas 1% em algumas rotas, como a de Nova York para Roterdã. Agora que um acordo provisório foi alcançado, a expectativa é de que os preços do transporte fora da China continuem a cair gradualmente nas próximas semanas.
A recuperação do setor de transporte de contêineres segue uma trajetória instável, mas resiliente, com fatores globais exercendo influência direta. Para quem atua no comércio exterior ou logística, monitorar esses índices é crucial para se antecipar às oscilações de custos e planejar estrategicamente o transporte de mercadorias.
02 – Porto de Itajaí inicia novo ciclo com operações da JBS Terminais
Na sexta-feira, 11 de outubro, o Porto de Itajaí deu um passo decisivo para sua expansão com o início oficial das operações da JBS Terminais. A chegada do navio MAERSK LAMANAI, de bandeira de Hong Kong, marcou o começo dessa nova fase de movimentação de contêineres na área arrendada. A embarcação, vinda do Porto de Paranaguá (PR), atracou no berço 02 da JBS Terminais, iniciando suas operações de carga e seguindo para o Porto de Santos (SP) após concluir as atividades.
O início das operações da JBS Terminais no Porto de Itajaí representa uma grande vitória para a economia regional. De acordo com o Superintendente do Porto de Itajaí, a meta inicial da JBS Terminais é movimentar 58 mil TEUs por mês, superando o mínimo contratual de 44 mil TEUs. Essa movimentação fortalece a posição do porto como um hub logístico essencial para o Brasil.
A JBS Terminais planeja receber pelo menos cinco linhas regulares de navios, o que reforça ainda mais sua posição estratégica no setor logístico. O Diretor Executivo da JBS Terminais, destacou que a retomada das operações é um projeto que vai além das movimentações de contêineres, trazendo impactos positivos para a geração de empregos e dinamizando a economia local.
Além disso, desde julho, diversos navios da JBS Terminais já realizaram operações importantes no porto público, em parceria com a SC PORTOS. A atracação de embarcações como o STAR LYSEFJORD e o CMA CGM PLATON no cais público demonstra o esforço conjunto para movimentar o porto como um todo.
Com a previsão de movimentações significativas de contêineres, o Porto de Itajaí se prepara para um novo ciclo de crescimento. A retomada das operações e a ampliação da capacidade de movimentação refletem o papel estratégico de Itajaí no comércio exterior brasileiro, consolidando o porto como um dos principais centros logísticos do país.
03 – Exportações brasileiras para os EUA batem recorde: crescimento de 9% em 12 meses
Apesar das tensões geopolíticas envolvendo os Estados Unidos e os países membros dos Brics, como China, Rússia e Irã, as exportações brasileiras para os EUA alcançaram um novo recorde histórico nos últimos 12 meses. Desde 2023, o comércio entre os dois países tem crescido expressivamente, mesmo com o Brasil estreitando laços com esses parceiros internacionais.
Segundo dados do Comexstat, o Brasil exportou US$ 39,65 bilhões para os Estados Unidos entre outubro de 2023 e outubro de 2024, um aumento de 9% em relação ao ano anterior. Esse valor representa o maior já registrado na história das exportações brasileiras para os EUA. Em um período de cinco anos, o crescimento total foi de 31%, destacando a resiliência e a importância desse mercado para o Brasil.
Ao contrário da pauta de exportações para a China, que é majoritariamente composta por commodities como soja e minério de ferro, as exportações brasileiras para os EUA têm um perfil mais diversificado, com destaque para produtos manufaturados e semi-acabados. Entre os itens mais exportados estão:
Petróleo bruto e derivados: O principal produto brasileiro exportado para os EUA. Nos últimos 12 meses, as exportações de petróleo atingiram US$ 7,75 bilhões, um aumento de 43% em comparação ao período anterior.
Aço e ligas de ferro: Produtos semi-acabados de aço continuam sendo importantes na pauta de exportação.
Aviões e máquinas industriais: Exportações de aeronaves brasileiras e equipamentos industriais para os EUA são setores em crescimento.
Café em grão e celulose: Ambos os produtos mantêm uma participação significativa no comércio entre os dois países.
O saldo comercial entre Brasil e Estados Unidos tem mostrado uma recuperação notável. Nos últimos 12 meses, o Brasil registrou um equilíbrio quase perfeito, exportando US$ 39,65 bilhões e importando US$ 39,75 bilhões dos Estados Unidos. Esse resultado contrasta com os anos anteriores, quando o Brasil enfrentou déficits comerciais expressivos de US$ 5 bilhões em 2022 e US$ 15 bilhões em 2021.
Essa melhora reflete tanto o aumento das exportações quanto a gestão eficaz das relações comerciais com os EUA, indicando uma fase de maior equilíbrio e cooperação econômica entre os dois países.
Com o aumento contínuo das exportações e a diversidade de produtos negociados, o Brasil consolida sua posição como um parceiro comercial estratégico dos EUA, independentemente dos desafios geopolíticos globais.